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A empatia como salvação em “No Ritmo do Coração”

Tocante e operante, "No Ritmo do Coração" conquista o espectador por meio da empatia e da emoção em filme pouco inspirado.

Tocante e operante, “No Ritmo do Coração” conquista o espectador por meio da empatia e da emoção em filme pouco inspirado.


ÉÉ uma recorrência nos indicados do Oscar a presença de um “feel good movie”, o típico filme pouco inspirador visualmente mas que ganha fôlego e reconhecimento pela história tocante ou pela temática “socialmente relevante”. No Ritmo do Coração (ou, CODA, na língua original) é um destes casos de película operante e correto, que cresce na recepção popular graças a sua vibe leve.

No que cabe ao roteiro, o longa segue a estrutura típica do coming of age ao nos apresentar a história de Ruby (Emilia Jones), uma jovem que vive com seus pais e irmão (todos os três surdos e mudos), em uma pequena cidade pesqueira nos EUA. Daí vem o principal mote dramático de No Ritmo do Coração: Ruby é a intérprete da família para o mundo, a mediadora que precisa ajudar no trabalho como pesqueiros ao mesmo tempo em que vive sua vida tentando ser uma garota “comum” no high school.

Já que a direção da Sian Heder é pouco inspirada, apenas ilustrando o roteiro, o que se destaca é o drama familiar e as questões juvenis. Não que No Ritmo do Coração almeja uma representação aprofundada ou um estudo dramático potente sobre a dinâmica familiar, mas é bem resolvido todo o conflito interno de Ruby e suas questões dentro do núcleo familiar. O lado colegial (o amor, ser desencaixada socialmente e a busca pelo sonhos de cantar) também se encaixam bem na narrativa de coming of age, mas tudo mesmo muito operante.

Grande parte desse sucesso é também pelo ótimo elenco. Tanto Emilia Jones, quanto os três atores surdo-mudos (Marlee Matiln, Troy Kotsur e Daniel Durant) fazem trabalhos interessantes em atuações corporais presentes e divertidas, garantindo um humor até bem envolvente, apesar de acomodado.

Há dois momentos do filme em que a diretora Sian Heder se propõe a cenas mais fortes dramaticamente e com uma proposta mais autêntica para a encenação. A primeira é quando Ruby se apresenta na escola e o som diegético é cortado no meio da música que acompanhamos ser ensaiada durante metade da projeção. Essa ideia (de reproduzir a condição da família da protagonista) é interessante pelo lado emocional e da empatia, enquanto a cena em que o pai de Ruby sente as vibrações de sua voz enquanto ela canta termina por assegurar o impacto emocional que No Ritmo do Coração tanto mira.

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