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Adaptando o livro de Elísabet Benavent, a primeira temporada de "Valeria" diverte, mesmo que peque no desenvolvimento das personagens.

Adaptando o livro de Elísabet Benavent, a primeira temporada de “Valeria” diverte, mesmo que peque no desenvolvimento das personagens.


AA série Valeria, criada por María López Castaño e inspirada no livro En los zapatos de Valeria, de Elísabet Benavent, é uma das mais recentes comédias a estrear na Netflix. O enredo acompanha a vida de quatro amigas (Valeria, Carmen, Lola e Nerea), mas é focado nos dramas da protagonista que dá nome à série.

O texto é leve e descontraído e conta de maneira divertida a história de jovens mulheres entre 20 e 30 anos que vivem situações ordinárias pertinente à idade. Enquanto Valeria (Diana Gómez) luta para viver da sua escrita e se tornar uma autora de sucesso, Lola (Silma López) tenta se desvencilhar do amor que sente por Sergio (Aitor Luna), seu amante que tem uma movimentada vida extra conjugal.

Carmen (Paula Malia), a mais romântica do quarteto tenta chamar atenção do seu pretendente, Borja, (Juanlu González), colega de trabalho em uma agência de publicidade. Suas ações atrapalhadas rendem algumas risadas. Nerea (Teresa Riott) por sua vez, é a personagem que se mostra um pouco mais madura do grupo. No entanto, a advogada ainda trabalha e mora com os pais e não consegue assumir sua homossexualidade para os mesmos. Ao longo da temporada, sua história vai sendo desenvolvida, ainda que sem um aprofundamento complexo.

Aliás, este é o ponto principal onde Valeria peca. A série tem uma boa premissa, personagens cativantes, mas que não são aprofundados em momento algum. A história das quatro amigas é rasa e até o enredo da própria protagonista não entrega o que promete. A escritora fica dividida entre o apego ao seu casamento desgastado com Adrián (Ibrahim Al Shami J.) e a chance de viver um novo amor com Victor (Maxi Iglesias), uma dinâmica que é arrastada pelo roteiro ao longo dos episódios, se tornando monótona e desinteressante. E mesmo quando a protagonista decide passar um tempo na casa dos seus pais, escancarando os problemas familiares que ela sempre vivenciou, o enredo não aprofunda e o texto pede fôlego.

Os conflitos das demais personagens também sofrem com o pouco aprofundamento. Lola, por exemplo, é muito mais do que uma garota em busca de sexo e a relação conturbada com sua mãe merece ser mais explorada. Carmen precisa crescer (e muito) na série, ao passo que Nerea, por fim, merece mais destaque especialmente por trazer um tema tão importante como a aceitação de personagens LGBTIAP+. O que, inclusive, é um ponto positivo para as discussões propostas pelo grupo de militância LGBTIAP+ da qual a advogada faz parte.

Outro ponto positivo é que, para quem está aprendendo espanhol, a série tem diálogos interessantes com vocabulário rico. Se você já tem um nível intermediário, a dica é colocar a legenda também no idioma original. Mesmo que com alguns pontos a serem melhorados, Valeria é uma boa opção para quem busca uma série leve e gostosinha de assistir. São oito episódios curtos, cerca de 40 minutos cada, marcados por uma fotografia e cenários agradáveis. O destaque vai para a decoração da casa de Valeria e o figurino das quatro amigas, em especial aos terninhos monocromáticos de Lola que são chiques e modernos.

Por fim, Valeria é uma produção bem-humorada e leve que não surpreende quanto à profundidade dos personagens e histórias, algo que deve ser corrigido na segunda temporada. Mas afinal, vale a pena? Sim! Se você busca um respiro ao longo do dia e uma produção em espanhol para aprender a língua pode ser uma ótima opção!

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