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Adolescentes hedonistas indo de mal a pior

Em sua quinta temporada, "Elite" continua decaindo com uma história vazia sustentada apenas pela erotização de adolescentes e objetificação feminina.

Em sua quinta temporada, “Elite” continua decaindo com uma história vazia sustentada apenas pela erotização de adolescentes e objetificação feminina.


AA quinta temporada de uma das séries teen mais queridinhas da Netflix chegou ao catálogo em abril. Elite, de produção espanhola, tinha como premissa a entrada de três estudantes bolsistas em uma escola da alta sociedade. Além das tramas típicas do gênero, como relacionamentos, amizades, problemas familiares e autodescobertas, a narrativa é incrementada por um assassinato, cuja vítima e culpado são alunos.

Inicialmente, a história de Elite era interessante e o quê de suspense se alinhava bem à temática adolescente. Contudo, a quarta temporada mostrou uma grande queda de roteiro, com toda a trama apoiada em cenas picantes e situações mal resolvidas. E com a quinta não foi diferente.

 

Um Novo Ano?

A quarta temporada terminou com a despedida de Ander (Arón Piper), Guzmán (Miguel Bernardeau), Carla (Ester Expósito), Nadia (Mina El Hammani) e Lucrécia (Danna Paola). O príncipe francês Phillipe (Pol Granch), os irmãos Patrick (Manu Ríos), Ari (Carla Díaz) e Mencía (Martina Cariddi) entraram para mudar a dinâmica, junto com o pai Benjamín (Diego Martín), que se torna o novo diretor da escola.

Mais dois alunos entram na escola para a nova temporada de Elite: Iván (André Lamoglia), um brasileiro filho de um jogador de futebol famoso, e Isadora (Valentina Zenere), DJ e imperatriz de Ibiza.

A trama segue sendo sustentada por muitas cenas eróticas, mulheres sendo abusadas e objetificadas, traições e festas regadas a drogas e pegação – que dariam inveja aos padrões de Sodoma e Gomorra. Praticamente oito episódios de adolescentes realizando e explorando seus fetiches como se nada mais importasse. Como se não bastasse todo o desenrolar erótico, o enredo de Elite ainda conta com personagens assistindo pornografia. Completamente desnecessário.

Claro que há algumas partes boas. Rebeka (Claudia Salas) e Cayetana (Georgina Amorós) têm um bom desenvolvimento e demonstram certo amadurecimento desde quando entraram na série. Rebeka, principalmente, é a principal responsável pelo carisma e humor de Elite.

Paralelamente ao estilo hedonista dos estudantes, a série da Netflix também traz investigações e suspeitas sobre Benjamín. Não chega a ser o mesmo suspense das primeiras temporadas, mas ao menos coloca uma pulga atrás da orelha para descobrir o que ele tem a esconder.

Produzida por Carlos Montero e Darío Madrona, Elite já foi renovada para a sexta temporada, com previsão de lançamento para 2023. Assistirei porque sou curiosa, mas já esgotei todo o meu otimismo com a história.

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